Os três pilares do CACD

maio 5, 2024

O concurso de ingresso na Diplomacia (CACD) tem como principal objetivo selecionar para a academia diplomática brasileira os candidatos que dominem melhor as habilidades necessárias ao pleno exercício da carreira. No dia a dia, as atividades do diplomata baseiam-se no tripé leitura, síntese (resumo) e escrita em língua portuguesa e também nos idiomas estrangeiros inglês, francês e espanhol, a depender do posto. E são esses os três pilares do CACD, que avalia no candidato as mesmas competências que ele, como futuro diplomata, precisará demonstrar no cotidiano da profissão.

Uma rotina de estudos eficiente tomará a leitura, a síntese e a escrita como eixos, de modo que o CACDista as desenvolva em conjunto e de modo equilibrado durante a preparação.

Veja considerações sobre cada uma delas:

Leitura

É a competência característica da fase objetiva do CACD, mas perpassa todas as demais etapas do concurso, porque o diplomata é, antes de mais nada, um exímio leitor.

O exame testará a velocidade de leitura, a capacidade de interpretar textos corretamente — tanto na língua materna quanto na língua inglesa, no caso da primeira fase — e o vocabulário do candidato.

Como CACDista, preocupe-se em ler mais e melhor.

A habilidade de leitura pode (e deve) ser treinada e exige um trabalho ativo e constante de aprimoramento. Quanto mais você lê, melhor leitor se torna. Leia em bases diárias e sua velocidade de leitura, sua capacidade de análise estrutural crítica e seu vocabulário aumentarão em progressão geométrica.

Síntese ou Resumo

Talvez você se pergunte a razão de a prova cobrar resumos em quatro línguas diferentes em duas de suas três etapas. É isso mesmo: você fará um resumo em português, um em inglês, um em francês e um em espanhol.

Será porque o diplomata precisa ser apto a compilar informações estratégicas em várias fontes de idiomas diferentes, a fim de entregar a seus superiores hierárquicos relatórios sobre temas de interesse do MRE? Pergunta retórica.

Para fazer um bom resumo você terá de distinguir entre o essencial e o acessório em um texto. Depois terá de reescrever a informação com suas palavras, sem alterar o sentido original.

Para fazer um bom resumo, você precisa ser um leitor avançado.

Escrita em Língua Portuguesa e em outros idiomas

Só se aprende a escrever escrevendo. Existe um mito de que quem lê muito escreve muito bem. De fato a leitura — se feita de forma adequada e intencional, e a depender do conteúdo — ajudará de forma subsidiária, facilitando a percepção dos estilos de escrita e aumentando o vocabulário. Mas não garante a ninguém uma boa escrita. Portanto, para aprender a escrever, escreva.

A escrita é um ato complexo que envolve muito mais que o domínio da gramática pura e simples. Para escrever bem, a pessoa precisa saber articular os próprios pensamentos de modo claro e inequívoco. Sem dúvida, das três competências é a que mais demanda prontidão, desde o começo dos estudos, pois leva tempo para ser dominada. E o CACD é impiedoso nesse quesito: ele selecionará candidatos cujos textos demonstrem maior capacidade argumentativa, correção gramatical, adequação ao contexto e ao comando da banca e articulação lógica.

Para quem precisa melhorar a escrita, aqui vão duas dicas: escreva diariamente (e cada vez mais) e sempre que fizer discursivas escreva à mão, para fortalecer seus tendões e favorecer uma boa caligrafia; por fim, mantenha sempre o manual do professor Othon Moacir Garcia por perto para ajudar na tarefa.

Espero que o texto seja útil.

Bons estudos e sucesso!

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Foto: Timothy Brock on Unsplash.

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