Como muita gente já me deve ter ouvido contar – aqui e também aqui –, o ano de 2018 foi um divisor de águas na minha trajetória de concurseira; depois de ter sido tragada por dois pontos pela linha de corte do concurso que eu fazia à época, amarguei um luto intenso, dolorido. Mas, gata escaldada, eu me permiti ir ao fundo de mim (se é que eu tenho fundo) e de lá voltar fortalecida, com uma nova roupagem, feito ave grega mitológica. Fases assim são essenciais para aguçar a sensibilidade e a auto-observação e, quando necessário, para redefinir a rota. Foi o que aconteceu comigo: a bússola da vida apontou para um novo norte, que eu abracei com gosto e afinco – o CACD.

Concurso novo, planejamento novo. Reavaliei com cuidado a forma como eu vinha estudando até ali, procurei métodos mais eficientes de aprendizagem. Interessei-me em especial pelos erros recorrentes no meu plano de estudos. Constatei que um deles, talvez o mais caro de todos, foi não ter guardado na rotina anterior um espaço para mim mesma, para cuidar das minhas necessidades. Colheita: sobrepeso, cansaço, irritabilidade, variações de humor e perda significativa de qualidade de vida.

Estudar é uma das atividades que mais me instiga e dá prazer desde que me entendo por gente. Mas o equilíbrio entre estudo e vida deve ser a tônica da nossa preparação. De nada adianta dispor de doze horas diárias de estudo pesado se o peso de não se cuidar é maior e pode, mesmo, arruinar todo o seu empenho. Melhor solução (aprendida por mim a duras penas): inclua-se no seu planejamento de estudos para o CACD. Sim, mas como?

Simplifique as coisas. Imprima ritmo saudável a tudo o que fizer. Tenha ritmo inclusive para saber parar, quando necessário. Cuide-se bem. Trate seu corpo e sua mente como partes da sua estratégia de estudo para vencer o certame. Você é um todo. Ainda que domine o edital inteirinho, se a sua coluna travar na hora da prova, ou se a sua pressão cardíaca se alterar, o esforço de (um ou mais) anos pode se esvair de imediato. Atualmente, eu me insiro no meu plano de estudos na forma de exercícios físicos moderados e de um pouco de silêncio. Tenho também um dia de ócio criativo, que é quando eu aproveito para criar conteúdos relativos ao CACD e à diplomacia, como este artigo que você lê agora, ou os vídeos a que você assiste no canal do YouTube. Autocuidado e descanso em doses moderadas são um dínamo para o seu cérebro e a sua performance como estudante.

Se você é cacdista do time que não se levanta da cadeira nem para sentir o ar puro na janela, amigo(a), repense. Não vale a pena tanto estresse. Só vai arruinar todo o trabalho duro que você tem feito até aqui. Não importa o quanto você lute contra; o fato é que guardar um tempo para a higiene mental e a saúde física pessoal é imprescindível.

Acredite: os resultados no CACD – e na vida – serão melhores quando a saúde integral fizer parte obrigatória e primordial do seu planejamento.

Bons estudos, sucesso e até o Itamaraty!