Quem já teve algum contato inicial com Economia sabe que os recursos são escassos e que, por isso, devem ser bem gerenciados. Sabe também que a tomada de decisões de consumo passa por trade-offs: envolve uma boa dose de conflito, ao nos obrigar a escolher um bem em detrimento de outro. Um dilema que pode ser relativamente mitigado pelo olhar pragmático do administrador do recurso (nesse caso você) quanto ao que é prioritário.

Mas o que isso tem a ver com a bibliografia do CACD? Absolutamente tudo.

Qual é o seu maior objetivo hoje, como candidato(a) a diplomata? Imagino que seja passar na prova sem demora. Logo, se seus recursos (tempo e dinheiro) são limitados, a objetividade é sua melhor amiga na hora de adquirir as bibliografias do CACD. É difícil não tangenciar, eu sei. Entretanto, tente concentrar-se em comprar apenas o que vai servir ao propósito de fazer você passar na prova — uma atitude que evita desgastes e poupa recursos valiosos dos quais não convém dispor de modo aleatório. Daí a importância de se fazer uma escolha estratégica e consciente de bibliografias, como forma de reduzir o tempo de aprovação e o estresse. Mas, afinal, quais livros adquirir para estudar para o CACD? Continue lendo.

O CACD é um projeto de vida de médio a longo prazo, e o gasto com livros e serviços aumenta em progressão geométrica no decurso do tempo. Portanto, quando o orçamento é restrito, “prudência” deve ser o prenome do candidato.

Já de início deparei com o desconhecimento da bibliografia, o primeiro grande desafio do cacdista novato. Existe uma espécie de “limbo bibliográfico”, que nos mantém temporariamente cativos até que apareça alguém de boa vontade e indique de modo mais acurado o caminho. No meu caso, três bons samaritanos me libertaram do limbo: Bruno, do blogue “atualidades concursos”, Marcílio Falcão e Helges Bandeira. Todos me ajudaram a enxugar cirurgicamente a bibliografia, para eu não sair lendo nem comprando livros sem critério.

Bruno é o gestor de um blogue indispensável de dicas para o CACD. Não sei de quem se trata, se de um diplomata ou de um cacdista consciente, mas o fato é que foi ele quem me abriu os olhos para a necessidade de enxugar a bibliografia extensiva do concurso, a qual categorizou em essencial, recomendável, neutra e não recomendável, nesse artigo que você encontra aqui. A partir das indicações dele, tenho montado a minha biblioteca cacdista bem devagar, porque faço questão de pagar pelos livros que adquiro (sou veementemente contra a pirataria de materiais de estudo).

Marcílio é diplomata, consultor educacional e criador do Grupo Ubique e de um programa gratuito de orientação para o CACD. Ele foi o auxílio luxuoso que me faltava para reforçar ideias sobre uma bibliografia enxuta e também sobre um método de estudos mais autodidata. Além de dar dicas inspiradoras sobre a especificidade do estudo para o CACD, Marcílio também fala sobre a bibliografia do concurso aqui e aqui.

Helges Bandeira também é diplomata e foi meu professor de inglês e geografia. Ele me ajudou a “cortar os excessos” da bibliografia de que eu já dispunha na minha biblioteca, de modo absolutamente pragmático e saudável.

Nas minhas incursões ao limbo bibliográfico, descobri alguns pontos interessantes sobre o comportamento do leitor cacdista: ele compra mais livros técnicos do que precisa, lê mais do que o necessário indicado para a prova e privilegia o input (a entrada de informação) em detrimento do output (a produção de conteúdo autoral). A soma desses três fatores pode atrasar bastante o ingresso no Itamaraty. A boa notícia é que existe solução: enxugue a bibliografia e escreva criticamente sobre os tópicos do edital desde o início da sua preparação, como bem nos lembram o Bruno e o Marcílio Falcão, respectivamente.

Quando você for montar sua biblioteca da aprovação, lembre-se de duas coisas: 1. de que os recursos são escassos; e 2. de que, no CACD e na vida, a simplicidade é o grau máximo de sofisticação.

Por fim, uma advertência: estas são apenas sugestões, porque, em se tratando de CACD, não há verdades absolutas.

Bons estudos e sucesso!

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