A excelência, em qualquer atividade, é alcançada através da repetição, do ritmo e da disciplina constante. O escultor tende a melhorar a cada obra. O pianista aprimora a técnica a cada recital. O estilista da alta-costura, a cada peça entregue às clientes. Excelência profissional atinge-se com a prática reiterada.
Se é a prática contínua que leva à excelência, o melhor treino para o cacdista é a própria prova do CACD. Faz total sentido, seguindo esse raciocínio, que o aspirante a diplomata se habitue, desde o início de sua preparação, a experimentar a sensação concreta de ir todo ano encarar o exame, até ser aprovado. E isso vale inclusive para quem ainda está na graduação e já almeja a diplomacia. Resolver a prova anualmente fortalece o candidato e a estratégia.
A experiência real da prova como método de treinamento deveria constar do planejamento de todo candidato estrategista. Apenas saber sobre diplomacia não faz de alguém diplomata. Do mesmo modo, apenas conhecer o CACD não faz de alguém cacdista (por amor, não faça disso a sua profissão definitiva. A condição de cacdista é temporária e você merece se tornar diplomata). O cacdista de visão se prepara para a prova disponibilizando-se a ir resolvê-la e se aprimorando a cada nova edição.
A experiência do CACD só é real quando você a abraça sem reservas. E apesar de estarmos todos no mesmo barco, essa experiência da prova é só sua, de mais ninguém. É vívida e muito mais interessante, colorida e plena de sentido do que meramente ouvir o relato de um terceiro narrando suas peripécias cacdistas.
Algumas pessoas têm me perguntado com frequência há quanto tempo estou estudando e se já fui fazer a prova. Sim, já, como contei no texto intitulado “Oito de setembro de 2019: o CACD inaugural e os pensamentos em torvelinho”. Mas isso não é importante. Importante é você saber – de modo exato, pessoal, sentido na própria pele – como é fazer essa prova. O que vem à mente antes, durante e depois dela. Se surge algum medo, ou se não surge medo algum. Se você vai adorar ou odiar as questões magistrais (pelo menos eram na época da CESPE) de língua portuguesa. Se vai dar tempo de compreender todos aqueles textos, responder todas as questões e preencher o cartão-resposta. Se tudo é, ou não, como você idealizou. Se você vai se sentir agitado, sereno ou alheio. Se constatará o avanço satisfatório nos conteúdos das disciplinas ou se detectará que ainda precisa percorrer um caminho longo. Quem poderá saber? Apenas você, quando for fazer as provas. E direi mais: quanto mais edições do CACD você fizer, mais conhecerá o certame e desenvolverá traquejo de prova, que é a habilidade de dominar esse instrumento em suas minúcias, no que tange a miudezas que, às vezes, só se percebe no andamento do próprio processo.
A próxima edição baterá à porta dentro em pouco, se não este ano, no seguinte. Que tal se desafiar um pouco, sair da zona de conforto, deixar o medo infundado de lado e se aventurar a degustar essa prova instigante? Vá fazer a prova in loco, cacdista! Garanto que é o melhor termômetro para uma autoavaliação objetiva, para insights e otimização de métodos de estudos. E pode até servir como fator motivador para continuar fiel ao objetivo.
Permita-se. Experimente, sem grandes expectativas. E lembre-se de sempre ser gentil consigo mesmo: sempre haverá candidatos mais bem preparados do que você, inclusive no ano em que você for aprovado. O CACD é uma estrada inclusiva: aceita caminhantes de todos os tipos e de diferentes graus de evolução (linda metáfora para a vida, por sinal!).
Depois, conte aí nos comentários o que achou da experiência do primeiro CACD.
Bons estudos e sucesso!
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