A preparação para o CACD é um slow miracle

maio 18, 2024

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. (Pessoa)

Certo dia, assisti a um vídeo muito interessante que falava que nós, com nossa urgência por resultados imediatos, perdemos muitos dos slow miracles que acontecem bem diante dos nossos olhos. Slow miracles são milagres lentos e silenciosos com que a vida diariamente nos agracia: a perfeição milimétrica e integrada do corpo humano em pleno funcionamento; a transformação do broto em árvore secular; a renovação constante de tudo o que é perecível, dentre tantos outros exemplos. Por serem lentos, passam despercebidos para a maioria de nós seres humanos, famintos que somos pela satisfação instantânea de desejos e sonhos. Queremos tudo. E queremos agora. Entretanto, a imperícia e a imaturidade de percepção do observador não alteram a natureza factual do milagre. Um milagre é sempre um milagre, seja ele precedido pelo soar das trombetas dos anjos ou simplesmente pela passagem silente do tempo.

Processar tal informação – a de que a maioria dos milagres que nos são mostrados são lentos – e utilizá-la a nosso favor durante a preparação para o CACD, o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata – pode ser um trunfo para momentos de desmotivação e desânimo. É crucial saber que a preparação é um percurso lento e, sim, por que não dizer, um milagre lento (fruto da sua volição concentrada, que o conduzirá disciplinadamente até o objetivo final). É a volição concentrada aliada à disciplina condição sine qua non para a execução de qualquer coisa bem-feita na vida. E esse é o binômio que conduz o cacdista à aprovação.

 Se você chegou até aqui e agora lê este texto, posso afirmar, sem sombra de dúvida, que o que o trouxe a este ponto foi o seu desejo intenso e concentrado de se tornar diplomata. O mesmo desejo intenso e concentrado que vai gerar uma vontade inabalável e a disciplina necessária para que você vença quaisquer percalços sem perder de vista o milagre vagaroso que o aguarda na linha de chegada: a diplomacia.

O percurso da preparação requer vontade firme, disciplina e uma dose gigantesca de resiliência. Antes da aprovação, virão muitas derrotas, diante das quais haverá que se ter resiliência: capacidade de (inteligentemente) expandir-se diante da adversidade e de manter-se íntegro e fiel ao plano, de erguer-se diligentemente após as quedas, partes indissociáveis do caminho. Demanda também paciência consigo mesmo e sensibilidade para enxergar e abraçar suas próprias pequenas vitórias. Demanda um olhar objetivo e crítico para o plano traçado, para a macroestratégia, com vistas a constantes ajustes diante da detecção de erros.

Quer ser diplomata? Desenvolva vontade firme (decisão), estratégia, acuidade, disciplina, paciência, resiliência. E, acima de tudo, desenvolva a sensibilidade do olhar atento – para si mesmo e para o outro –, como forma de fruir os pequenos milagres cotidianos.

Já agradeceu pelos seus slow miracles de hoje?

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