Estudar para o concurso da diplomacia é uma escolha, e toda escolha implica abdicação. Por exemplo, ao escolher o CACD, deixei de estudar para o Ministério Público. Para obter sete horas líquidas diárias de estudo, abdiquei de dormir mais de seis. Se escolho dormir mais e ainda estudar, abro mão de limpar a casa. Se escolho estudar e limpar a casa, não brinco com a pequena. Como se vê, escolhas pressupõem abdicação. Diversas áreas da vida deixarão de ser contempladas, em maior ou menor grau, quando você colocar o CACD como atividade prioritária na sua agenda. Ter essa consciência ajuda a não idealizar uma rotina perfeita. Não existe rotina perfeita para o CACD. Existe a rotina possível, adequada ao que cada qual consegue executar sem perder o bem-estar nem a integridade. E a criação da rotina de estudos possível envolve a renúncia parcial a outras atividades. Parece um preço justo a se pagar, já que estudar para ser diplomata é uma circunstância excepcional e deliberada, que trará frutos benéficos duradouros.

Por isso, quando abraçar o concurso, entre em ação com a consciência de que parte das pessoas e atividades na sua vida ficarão temporariamente desassistidas. E não se culpe; pelo contrário, acolha-se com generosidade, porque isso lhe fará um grande bem.

Talvez você se sinta mal por não render hoje do jeito que gostaria. Quando esse sentimento vier, combata-o. Pense em tudo o que já conquistou e lembre-se do quanto isso parecia improvável quando corajosamente optou por esse caminho. Sim, você escolheu o CACD, o que diz muito da sua coragem, certo? E se foi uma opção consciente, não há por que se tornar ruim, mesmo com os altos e baixos. Haverá dias normais, dias bons e dias péssimos, mas jamais permita que estes lhe tirem as forças e anulem todos os aspectos positivos. Se precisar, descanse, recomponha-se, tome fôlego novo e recomece amanhã. Para ser aprovado você só precisa de uma rotina sustentável. Deixe, então, a perfeita ser o que é: um ideal, uma abstração.

Bons estudos.

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