Quem nunca nutriu expectativas irreais sobre o CACD? Que nunca achou que passaria na primeira oportunidade, mesmo quando as estatísticas comprovavam que existe uma média de tempo para a aprovação, e que, para cada aprovado em cinco anos há outros que precisam estudar durante sete — ou até dez anos — para conquistar uma vaga? É lógico que existem as exceções, CACDistas que são aprovados em tempo recorde, mas a realidade da preparação para o concurso de diplomata mostra que a maioria precisará estudar por um bom tempo e com dedicação, se quiser ter chances concretas de chegar ao Itamaraty.
Tudo o que diz respeito ao CACD demora a aparecer: os resultados práticos do estudo, a maturidade intelectual do CACDista acerca dos temas e, é claro, a aprovação. “Demorar” é parte da natureza essencial do CACD. Talvez porque o concurso em si seja uma peneira para a seleção dos candidatos mais aptos ao exercício da profissão, ele já começa treinando a humildade, a paciência, a adaptabilidade e o controle emocional do CACDista. Afinal, essas virtudes são altamente desejáveis em diplomatas.
O CACD é implacável, porque desfaz o mito que alimenta o senso comum (e o imaginário de muitos CACDistas de primeira viagem) de que qualquer candidato ou candidata com um intelecto bem desenvolvido não necessitará fazer grandes esforços para obter bons resultados nas provas. Só que a história não é bem essa. Para passar no concurso, a pessoa vai precisar de muito mais do que inteligência, como a experiência comprova. Aliás, quando se trata de concursos públicos de alta concorrência, inteligência é um bem bastante relativo. Ora, se as estatísticas comprovam que a aprovação no CACD é um processo longo e nada garantido, por que tanta gente ainda cria expectativas irreais de aprovação, que só trazem frustração e sofrimento? Tenho um palpite, do qual tratarei em artigo futuro. Continue acompanhando o blogue.
Bons estudos e sucesso!