O que é um ciclo de estudos? Como saber o que fazer em cada momento da preparação? Entender a função de um ciclo de estudos pode ser útil para o seu planejamento de estudos? Para não ficar à deriva, é preciso conhecer os ciclos e as marés do estudo para o CACD.
O que é um ciclo de estudos
“Ciclo”, no contexto dos estudos, pode ter duas acepções: a) o tempo que você acha que vai levar para passar no CACD; e b) uma passagem completa pelo edital.
O foco do artigo de hoje jaz na opção “a”.
Pense no caso hipotético de uma candidata que começou seus estudos para o CACD em janeiro de 2020 e espera estar competitiva em agosto de 2021. A candidata terá então cerca de 20 meses para se preparar.
Esse tempo poderá ser dividido em períodos (P1, P2, P3) de 4 meses, por exemplo, ao longo dos quais ela agrupará certas matérias do edital — aquelas que, do ponto de vista pedagógico, fazem mais sentido quando estudadas em sequência. Nesse intervalo ela precisará cobrir todo o conteúdo das disciplinas do período, sempre com a intenção de fechar o edital. Quando a meta de P1 for cumprida, a cacdista passará a P2 e assim por diante.
Agora que o conceito de “ciclo” foi entendido, vamos às funções primordiais dos ciclos.
PRIMEIRO ciclo (palavras-chave: aprender e apreender)
*Aprender (leia-se: fazer um esforço ativo de retenção e construção do conhecimento).
*Ter um primeiro contato os temas das disciplinas.
*Cobrir a totalidade do edital.
*Consumir muito conteúdo.
*Resolver poucas questões (ou nenhuma).
*Criar material robusto para revisão.
Momento de exposição ao conteúdo global da prova.
O sucesso das demais etapas depende de um primeiro ciclo muito bem trabalhado!
SEGUNDO ciclo (palavras-chave: aprofundar e refinar)
*Revisar para detectar os pontos fracos e corrigi-los.
*Resolver exercícios e simulados (manter um caderno de erros pode ser uma boa estratégia).
*Consumir novas fontes sobre os mesmos assuntos.
*Aprimorar o que foi visto no primeiro ciclo, sempre acrescentando informações novas (e relevantes) ao seu já robusto material de revisão.
Momento de acrescentar níveis de profundidade e de significação ao conteúdo.
TERCEIRO ciclo (palavra-chave: solidificar)
*Revisar sistematicamente o que foi aprendido nos ciclos anteriores.
*Exercitar massivamente nos moldes da prova.
*Refazer todas as questões de provas antigas.
*Se errar uma questão, repita-a em intervalos alternados, até que não erre mais: é fundamental entender o porquê do erro. Contudo, é também necessário saber justificar o porquê dos acertos.
Momento de conhecer intimamente o modus operandi da banca do seu concurso.
Ciclos SUBSEQUENTES (palavra-chave: dominar)
*Manter as revisões sistemáticas dos ciclos anteriores.
*Resolver exercícios combinados com revisão pontual dos tópicos de vulnerabilidade.
*Ler a letra da lei das disciplinas de direito interno e internacional (no mínimo uma vez).
Momento de correções cirúrgicas e retoques finais do seu material.
RETA FINAL: 60 a 45 dias antes da prova
- Revisar todo o material produzido (mapas mentais, grifos, anotações, resumos, fichamentos).
- Resolver diariamente simulados da banca, que mimetizem o mais próximo possível a realidade da prova. Acostume-se inclusive a treinar em condições adversas.
- Corrigir atentamente os erros e revisar os conceitos correspondentes.
- Realizar de novo a leitura da lei seca, quando pertinente (CFRB/88, tratados internacionais, leis de direito interno).
Advertência das advertências:
A reta final é o espaço temporal compreendido entre a saída do edital e a primeira prova do CACD. Esse período aplica-se somente aos candidatos com-pe-ti-ti-vos; a-van-ça-dos — os que sabem estar “no seu ano” da preparação.
Digo isso para evitar que os candidatos menos preparados no percurso do CACD mudem sua estratégia de estudos de modo aleatório e infundado. Infelizmente isso acontece muito, e é bastante provável que um movimento falho resulte em desmotivação e até mesmo em desistência.
Esse ainda não é “o seu momento”? Se tiver oportunidade, inscreva-se mesmo assim e vá fazer a prova, para ver como se sente e como funciona o processo inteiro.
Trata-se de um exercício focal que fornecerá indícios sobre as pequeninas habilidades que você precisará desenvolver ao longo da sua preparação maior. Além disso, fazer a prova do concurso como treinamento trará uma perspectiva realista sobre o que você ainda precisará enfrentar para se tornar diplomata.
Para escrever este artigo eu me baseei em técnicas aplicadas a concursos de alto desempenho. Se quiser saber mais de onde elas vieram, mande-me um e-mail.
Depois me conte nos comentários o que você pensa disso tudo e se gosta desse tipo de conteúdo.
Bons estudos e sucesso!
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