Quem já observou com atenção uma maratona (ao vivo ou pela TV), ou já participou de uma, sabe que o panorama é sempre o mesmo: um número massivo de inscritos, centenas (ou milhares) de faltantes no dia marcado, amadores que caem exauridos pelo caminho por falta de preparo e um pelotão de elite, que segue firme até o final, ciente de que apenas alguns deles, os mais bem treinados na ocasião, ocuparão o pódio.
Alegoricamente, o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) é essa maratona: muitos inscritos, outros tantos desistentes no dia da prova e os poucos candidatos verdadeiramente competitivos – o pelotão de elite dos 20 cacdistas que entrarão no Itamaraty na próxima temporada.
Quanto antes se entende essa dinâmica, menor é a preocupação de quem está se preparando com o número de inscritos, uma vez que se sabe, de antemão, que apenas uma porcentagem mínima desses candidatos está fatualmente competitiva, já no ponto de aprovação.
A edição 2019 do concurso ilustrará bem esse argumento: houve 6.411 inscrições homologadas. Destes inscritos, apenas 200 candidatos (3,11%) foram convocados para a segunda fase. No cômputo geral, 20 deles são, hoje, diplomatas no Ministério das Relações Exteriores, o equivalente à ínfima porcentagem de 0,31%!
É com essa realidade que você, caro cacdista, precisa lidar no dia a dia. O número de inscritos no CACD ainda te assusta? Não há razão para isso. Cuide para não se tornar seu próprio algoz, sem jamais, no entanto, subestimar o concurso ou a necessidade de uma preparação de excelência que o coloque entre os vinte primeiros.
Em se desdobrando um pouco mais o raciocínio, competitividade é um predicado que só cabe a quem já está na estrada há alguns anos e desde que se preparando de modo adequado. Estes, eventualmente, farão parte do pelotão de elite e concorrerão “cabeça-a-cabeça” com os 20 ou 25 candidatos mais bem preparados. Em relação ao cacdista iniciante, a lógica da competitividade sequer se aplica, posto que deverá necessariamente atingir certa maturidade de conteúdo e de domínio de prova até se tornar competitivo de fato (ressalvados os casos extraordinários).
É uma matemática bem mais fácil de se digerir, não? Para mim, essa constatação traz paz de espírito e mais foco. Espero que para você também.
Bons estudos, paz na caminhada e sucesso!
Excelente argumento.
Nesse mundo do CACD somos nós os nossos maiores concorrentes.