“There is no place like home”: Não há lugar como o nosso lar

novembro 21, 2024

A frase que intitula este artigo celebrizou-se no cinema mundial em 1939, com o clássico O Mágico de Oz e não poderia ser mais adequada ao contexto atual, em que testemunhamos, perplexos, a fragilidade de uma raça tão refinada e complexa como a nossa, em termos estruturais biológicos e evolutivos, diante de um inimigo infinitesimalmente pequeno, capaz, entretanto, de nos ameaçar pela celeridade do ataque.  É o paradoxo do tamanho.

Nessa luta desigual, a melhor atitude é seguir as orientações dos órgãos oficiais da Saúde e cuidar-se com seriedade.

Em tempos de quarentena, não há lugar como o nosso lar. A sua casa é o melhor lugar para você estar, cacdista. É o seu refúgio e a sua fortaleza. Esteja nela com alegria, com a certeza de que o confinamento – compulsório, mas temporário – é a estratégia mais acertada para o bem comum. Já que não é hora de sair lá fora para ajudar quem sofre, estar em casa é, então, a ajuda mais sóbria, mais nobre e humanitária que qualquer pessoa amorosa e consciente de seu papel grupal pode oferecer. Ame a sua casa ainda mais, aprecie a acolhida que ela (sempre) propicia e respire fundo toda vez que sentir medo e insegurança. Ficar em casa até o final da tormenta é uma ode ao direito augusto de viver – ao seu e ao dos demais.

Se o recolhimento agora é mandatório, o autocuidado é igualmente essencial. Cuidar do corpo e da mente constitui necessidade de primeira ordem. Faça a higiene correta, não só do corpo físico e do ambiente, mas, em especial, realize a higiene mental. Cuide do seu alimento. Alimento não é apenas o que se come, mas também o que entra em você através dos sentidos da visão, da audição, do olfato, do tato, do paladar. Preste especial atenção ao tipo de “alimento” com que você vai nutrir a sua cabeça durante esse momento tão crítico. Leia e ouça notícias relativas à pandemia, sim, mas tão somente para manter-se informado. Lembre-se ainda de seguir à risca as recomendações de segurança da Organização Mundial da Saúde (OMS) e também as da Organização das Nações Unidas (ONU). E não ceda ao desespero nem veicule o pânico nas redes ou dentro de casa. O problema é alarmante, e isso é um fato, mas fomentar o mal-estar coletivo com (mais) previsões apocalípticas é um desserviço. Procure variar o repertório porque a monotonia temática é desgastante, deselegante e desinteressante (lembre-se disso, aliás, quando estiver escrevendo sua redação para a banca). Ademais, nossa mente é um dínamo de força e com ela construímos nossa realidade, mesmo que não acreditemos nisso. Desse modo, é sempre providencial filtrar, com o devido cuidado, o que consumimos através dos olhos e dos ouvidos, como forma eficaz de apaziguar a própria mente e de fazer um bem ainda maior à humanidade.

Aproveite a pausa inusitada para continuar estudando para o CACD, se quiser e estiver com disposição. Ou leia, destralhe a casa, faça trabalhos manuais, brinque com seus filhos e irmãos, confraternize com seus entes queridos. Manter o mínimo de normalidade em meio à quebra de rotina favorecerá o seu bem-estar geral e o de todos à sua volta, bem como fortalecerá a sua imunidade.

Pense pelo lado bom da história: um dia, já com os cabelos prateados pelos muitos anos de experiência como diplomata, você poderá falar para os seus netos da importância da palavra empatia como forma de vencer crises sazonais e como forma ética para a vida.

Cuide-se bem, cacdista. A gente vai se encontrar algum dia, no Itamaraty, para uma conversa idealista elevada, com direito a aperto de mão e abraço.

Até breve!

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