A especificidade no estudo para o CACD pode acelerar a aprovação?

novembro 21, 2024

Fotografia de 🇻🇪 Jose G. Ortega Castro 🇲🇽


Especificidade (sf): qualidade ou estado de ser específico. A especificidade aplicada à preparação para o CACD traduz-se em treinar, desde o início, à maneira da prova. E qual é a especificidade do CACD? A primeira fase do concurso exige que o candidato seja capaz de julgar se uma questão está certa ou errada; as seguintes exigem que ele escreva de maneira persuasiva, correta, clara, concisa; em suma, que apresente um texto irretocável. Trocando em miúdos, se a banca cobrará do cacdista que ele redija de modo crítico e persuasivo sobre qualquer tópico do edital, cabe ao candidato estrategista adotar o método de estudo da escrita persuasiva ao longo de toda a sua preparação. O treinamento adequado para cada fase deve mimetizar o que será cobrado nela.

Quem trouxe à baila o conceito da especificidade aplicada aos estudos para o CACD foi o diplomata de carreira Marcílio Falcão. Na diplomacia desde 2007, Falcão é formado em Jornalismo e tem larga experiência como professor e também na orientação de cacdistas. Ao longo dos anos em que vem ajudando a aprovar novos diplomatas, ele aprimorou seu método de ensino sob a ótica da especificidade, fazendo os candidatos treinarem como são cobrados pelo exame real. Halterofilista, Marcílio transpôs para a orientação aos cacdistas alguns dos princípios de alto desempenho que incorporou como atleta. Um deles é o de treinar como o treino exige; quanto mais próximo da prova, maior a necessidade de se exercitar do modo exato como será exigido no “dia D”. Ele transfere a metáfora do esporte para o CACD: “Se vão te cobrar a escrita, escreva!”, observa, em um de seus vídeos de orientação, disponíveis no site grupoubique.com.br e também no canal de mesmo nome no Youtube.

É muito importante registrar que o treinamento oferecido pelo diplomata é gratuito e tem como eixo o princípio da especificidade. A motivação para começar o Programa Ubique surgiu depois que Falcão notou, após algumas pesquisas, que o cacdista não encontra muitas opções acessíveis em termos de preço: “Eu não acho que alguém precisa gastar R$ 15, 20 mil numa preparação adequada para o CACD. Claro, há serviços imprescindíveis. Eu não vejo sentido em contratar um curso extensivo de 400h, porque, além de você não utilizar tudo aquilo, você se coloca na posição de refém de um calendário que uma outra pessoa montou para você. Uma pessoa que, muitas vezes, nem sabe que você existe. Então, quando eu deparei com essa situação, e vendo as opções disponíveis no mercado, confesso que me senti mal. Vi pessoas que nunca foram aprovadas no concurso querendo orientar candidatos a passar no CACD. Isso, de certa forma, é um pouco culpa dos diplomatas; depois que nós [diplomatas] passamos no concurso, a gente meio que esquece os que ficaram para trás; e, claro, é normal;  vamos fazer o curso [de formação] no Rio Branco, vamos cuidar do trabalho, da vida, somos removidos, enfim”, observa.

A orientação de cacdistas deveria, tecnicamente, ser feita por diplomatas, afinal, quem pode melhor desvelar o percurso do que eles? Entretanto, a carência de diplomatas disponíveis para levar a cabo essa tarefa deixa uma brecha para que pessoas que nunca venceram o CACD, ou professores de uma área específica, aproveitem para fazer essa orientação de uma forma genérica, como se faria a preparação para qualquer outro concurso. “Não estou, com isso, desmerecendo o trabalho do professor, pelo contrário; ele tem o papel importante de curador da matéria, mas ele não substitui a função de um treinador, que é quem enxerga o seu projeto de aprovação como um todo, em todos os seus aspectos: planejamento, organização, métodos e técnicas de estudo, montagem de um cronograma. São vários aspectos que fogem da área de atuação de um professor, por melhor que ele seja. Quando você tem vários professores excelentes para cada especialidade, eles cumprirão sua função, com certeza. Mas é necessária uma visão holística do projeto, e eu não vejo como alguém que não passou nessa prova possa trazer um serviço de qualidade nesse sentido [de orientação]. Não é como você contar com o apoio de alguém que passou por aquilo, que pode te dar um outro nível de ajuda”, declara o diplomata, reforçando a ideia de que diplomatas são os melhores treinadores de futuros diplomatas.

Para se inscrever no treinamento gratuito oferecido por Falcão, acesse a plataforma do Grupo Ubique, que conta também com uma sessão generosa de artigos sobre o CACD e a Diplomacia , denominada Praeterea. E claro, o Ubique traz uma inovação que promete revolucionar o método de partilha de conhecimento bibliográfico e de preparação para o CACD: a Ubwiki. Quer saber mais sobre o assunto e ser um voluntário? Continue acompanhando os artigos nas próximas semanas.

Para arrematar este escrito com chave de ouro, “SIM”, é a resposta para a pergunta do título. Treine para a prova como será cobrado por ela. Assim, o tempo para a aprovação poderá ser encurtado, e o percurso otimizado.

Boa leitura e excelência nos estudos! (E, ah! Seja específico quanto ao método.)

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